Afonso Nigro Afonso Nigro - Todo Louco Vivo É Um Gênio Morto

Acordo cedo, paredes ao lado,
raios de sol invadem meu quarto.
Manhã nasceu, Deus fez o parto.
Mas, quem é Ele?
Imagino um pássaro,
já que o imaginário é o que os loucos têm à oferecer.

Você não sabe a importância,
de ser a imagem e semelhança.
De ser uma estrela, uma criança
e no Juízo Final: única esperança.

Acorde logo, espalhe agora.
Seu mundo louco. Paranóia.
Todo o seu canto, arte e glória.
Só não espere chegar a hora.
Em que verão tarde demais o que você criou.

Você não sente a diferença,
de ter o dom e a competência,
pra poder sentir a presença
de quem narra a consciência.

Mas eu não sou louco!
Quem me disse sorrindo,
foi o doutor do sanatório
que deu choque na minha cabeça.
Pra que eu ficasse melhor da cabeça.

Nem sou cego!
Quem disse foi quem me deu uma bengala
e um cachorro pra eu poder atravessar a pista.
Por que eu não vou partir sem deixar pista,
do que fui, do que eu fiz e do que eu errei.

Mas quem é Deus?
Imagino o que eu quiser.
Já que ele me deu o arbítrio de falar e pensar.

Você não sabe a importância,
de ser a imagem e semelhança.
De ser uma estrela, uma criança
e no Juízo Final...